Também ajuda a restaurar a confiança e autoestima de quem já teve a doença
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer maligno mais incidente no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. São 74 mil casos novos previstos por ano até 2025, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), sendo que as regiões mais afetadas pela doença são a Sul e Sudeste. Diversos fatores podem colaborar para o desenvolvimento da doença, como histórico familiar; falta de atividades físicas; consumo de bebidas alcoólicas, alimentos processados e ultra processados; uso de contraceptivos hormonais e outros, principalmente em pessoas acima de cinquenta anos. Por isso, é preciso se prevenir: recomenda-se a prática de atividades físicas; entre elas, o pilates.
“Dois dos principais fatores que podem elevar o risco da doença são a obesidade e o sobrepeso. Especialmente após a menopausa, eles podem aumentar significativamente o risco de desenvolver câncer de mama. Portanto, manter um peso equilibrado e uma rotina ativa de exercícios são passos essenciais para a prevenção. Como uma atividade que proporciona condicionamento físico, o pilates tem impacto positivo na produção hormonal do corpo, ajudando a equilibrar os níveis de progesterona e estrogênio, hormônios que desempenham papeis importantes na saúde das mamas. O exercício físico também aumenta a produção de globulina ligadora de hormônios sexuais, uma proteína que transporta esses hormônios no sangue e diminui a inflamação e o inchaço no corpo, por estimular a circulação”, explica a educadora física Letícia Marchetto, proprietária do studio Let’s Pilates, que fica no bairro Paraíso, em São Paulo.
Para Letícia, ao integrar uma atividade física como o pilates à rotina, mais do que se exercitar, o indivíduo estará contribuindo ativamente para a própria saúde e bem-estar. “A pessoa está focando no que pode controlar: as próprias escolhas e estilo de vida”. Caso a paciente já tenha sido diagnosticada com o câncer de mama, a atividade também é altamente recomendada, tanto para ajudar na recuperação muscular quanto para evitar a reincidência da doença. “Quem vai determinar a liberação para atividades físicas é o médico, avaliando as particularidades de cada paciente e tratamento. Mas, de modo geral, a prática de atividades físicas apresenta evidências altas de ser segura e tolerável, sendo recomendada pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica”, comenta a especialista.
A especialista explica que o movimento regular ajuda a evitar o comprometimento funcional, garantindo que as pacientes se sintam mais fortes e capazes em seu dia a dia. “A atividade física também está ligada à diminuição da dor, melhora da função cognitiva e sexual, e redução da cardiotoxicidade, contribuindo para a saúde cardiovascular. O controle de peso e a preservação da massa muscular também são aspectos essenciais para aquelas que enfrentam o desafio do câncer”, comenta, citando que os efeitos trazidos pelo câncer de mama para a saúde da mulher aparecem na saúde do corpo, mas não só nisso, pois os reflexos também são percebidos na autoestima.
“Com enfoque no fortalecimento e na mobilização do corpo de maneira integral, o pilates não apenas ajuda a restaurar a força da parte superior, mas também promove uma conexão profunda com a força do core, o alinhamento postural e o equilíbrio geral do corpo. Essa abordagem holística é perfeita para combater os efeitos colaterais da doença. Porém, ao considerar o pilates como parte do processo de recuperação, a mulher também estará cultivando um espaço para o bem-estar e a autoconfiança. A prática é uma aliada poderosa na superação dos desafios que surgem após o tratamento, trazendo de volta leveza e vitalidade ao dia a dia. Ela oferece um ambiente seguro e encorajador, onde as pacientes podem explorar seus limites de forma gradual e consciente”.
“Sabemos que receber um diagnóstico de câncer pode abalar o paciente, amigos e familiares. Mas é fundamental lembrar que a prática de atividades físicas é uma aliada poderosa na jornada de cura. Também é essencial o apoio e incentivo da família, profissionais da saúde e rede de apoio para estimular a motivação e a adesão a uma rotina de exercícios neste momento delicado”, finaliza Letícia Marchetto.
Fonte: Mondonipress