No dia 16 de junho comemora-se o Dia da Criança Africana, desde 1991. A data foi criada pela QUA-Organização de Unidade Africana com o objetivo de homenagear a memória das crianças negras que foram executadas neste dia, em 1976, no Soweto, África do Sul.
O motivo: as crianças se recusaram que a língua affrikaans e o inglês fossem as principais línguas de ensinamento nas escolas, gritaram e protestaram o direito de aprender a sua língua nativa (materna) e a melhoria da qualidade de ensino.
A manifestação durou 14 dias, com o intuito de ser um ato pacífico, mas o resultado final, de uma luta por um direito reconhecido pela Declaração Universal de Direitos Humanos, acabou com cerca de 100 mil crianças e jovens executados. O ato ficou conhecido como “Levante Soweto”.
A violência extrema contra as crianças e os povos da África e outras regiões pelo mundo continuam, vítimas da fome, da miséria, doenças, maus tratos… Mesmo que em 1990, tenha sido criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) a “Declaração dos Direitos da Criança”, uma lei internacional que defende uma vida digna e feliz a essas crianças; ainda há muito a ser feito, a mudar a realidade da população desses países.
Devido o afastamento das crianças das aulas presenciais em função da Pandemia da COVID-19, muitas escolas aderiram as aulas à distância via plataforma digital. E nessa situação, eis que o meu filho da 5ª série, recebeu a solicitação da Professora de Práticas Filosóficas sobre o que as heranças africanas contribuem para a nossa cultura. A orientação era para produzir um cartaz.
Bom, ele fez alguns desenhos das heranças mais populares e conhecidas, já que tem
alguma habilidade na arte de ilustrar e eu o ajudei a pesquisar e criar algumas frases de efeito. Já que um cartaz tem a influência de chamar, dar destaque a algo em questão.
No meu papel de mãe e instrutora dele nas aulas à distância, o ajudei e confesso que certos assuntos resgatam a nossa curiosidade e nos leva a aprendizados que já nos esquecemos ou não foi dada a real importância na nossa época. Me agradei do tema, do resultado final do cartaz, o que rendeu uma matéria. Eis me aqui.
Entre os destaques, me chamou a atenção o acarajé. Uma comida que muitos acham ser de origem baiana e na verdade é herança africana. O acarajé não é apenas um alimento picante, ele tem um sabor religioso para os seus descendentes, já que é cultivado no Candomblé como uma oferenda ao deus Iansã. Sendo uma oferenda tão importante quanto é a hóstia no catolicismo.
A feijoada também já é um prato tradicional na mesa dos brasileiros, que a associam como um prato nordestino. Aliás, muito servida inclusive em Casas do Norte, restaurantes tipicamente nordestinos; porém o bom tempero do feijão preto com miudezas de carnes, também se trata de uma herança africana. A feijoada é tão forte no sabor como na mesa de festividades em família e entre amigos. Afinal, o prato rende muitas alegrias. É comer sem culpa!
Enfim, é no dia a dia que percebemos que a vida é uma estrada longa de mão dupla, onde você é mestre e aluno. Algumas vezes você ensina e todos os dias você aprende!